2ª módulo do curso: Medhto debate desafios e potencialidades da APA Serra do Lajeado em Palmas

Com o tema ‘Água e unidades de conservação em Palmas’, o Movimento Estadual de Direitos Humanos e Ambientais (Medh-TO), com o apoio do Instituto Clima e Sociedade (iCS) promoveu o segundo módulo do curso “Direitos Humanos e Mudanças Climáticas. O encontro aconteceu na terça-feira, 20, e contou com a participação da educadora e integrante da Associação Água Doce, Noeli Maria Sturm. 

Durante a aula, Noeli compartilhou sua experiência de atuação na Área de Preservação Ambiental (APA) Serra do Lajeado, destacando sua importância para o abastecimento hídrico de Palmas e a proteção da biodiversidade do Cerrado. A educadora explicou que a APA foi criada em 1997 e abrange partes dos municípios de Palmas, Aparecida do Rio Negro, Lajeado e Tocantínia, com cerca de 121 mil hectares. No interior da APA localiza-se o Parque Estadual do Lajeado, criado em 2001, com 10 mil hectares destinados exclusivamente à conservação. Noeli alertou para as principais ameaças à APA, como o avanço do agronegócio, o desmatamento, os incêndios florestais e o parcelamento irregular do solo. 

Segundo ela, “a plantação de soja nos platôs da serra tem afetado diretamente a recarga hídrica das nascentes, comprometendo a qualidade e quantidade da água que abastece grande parte da capital tocantinense”. A palestrante também relembrou conflitos envolvendo o uso inadequado da terra, como o caso da fazenda Manaim, onde houve desmatamento ilegal e uso de agrotóxicos em áreas de nascentes, o que resultou em ações judiciais e protestos da sociedade civil organizada. 

Maria Vanir Lídio, coordenadora estadual do MedhTO, comentou e questionou: “Noeli, que maravilha! A gente ficaria horas te ouvindo, foi muito aprendizado. Enquanto você falava sobre Taquaruçu Grande, fiquei aqui pensando: com tanta beleza e tantas atividades comunitárias, será que já existe algum projeto de turismo comunitário por lá?”

Além das denúncias, a aula também apresentou iniciativas positivas, como o trabalho da Associação Água Doce na conscientização dos pequenos proprietários, o reflorestamento com mudas nativas e projetos de agroecologia em parceria com escolas locais. Foram citadas ainda as trilhas, cachoeiras, sítios arqueológicos e a produção artesanal como potenciais para o desenvolvimento do turismo comunitário na região. Noeli defendeu a valorização do Cerrado como “caixa d’água do Brasil” e enfatizou a importância do envolvimento da sociedade na preservação ambiental. “Conhecer é o primeiro passo para cuidar”, afirmou, ao convidar os participantes a visitarem a região da APA Serra do Lajeado e se tornarem defensores ativos da natureza. 

O próximo módulo do curso está agendado para terça-feira, 27, com  a presença do novo promotor ambiental do Ministério Público Estadual, Jorge Neto, para discutir os impactos climáticos no Tocantins.

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