“A culpa não é da chuva: é do racismo ambiental” é título do artigo publicado no dia 21 de fevereiro por Mariana Belmont, na Folha de São Paulo.
Tragédias que ocorreram no litoral de São Paulo poderiam ser evitadas se fossem prioridades do poder público. O artigo discorre sobre as já conhecidas chuvas de verão e o fato da população residir em assentamentos precários não podem levar a culpa pela falta de política habitacional destinada à pessoas pretas e periféricas. O nome disso é racismo ambiental!
A carência de infraestrutura urbana para a permanência segura de moradias em áreas de morro nas regiões mais pobres é um produto do sistema que transforma a necessidade humana básica de morar em mercadoria. Essas situações de risco não surgem de uma suposta falta de planejamento individual e familiar. Não são fruto de escolhas da população que reside em assentamentos precários, e sim da política habitacional —ou falta dela— destinada à população negra e periférica.
É a política urbana a responsável pelas pessoas negras e periféricas estarem em condições de subalternidade e de risco socioambiental: as regiões mais seguras não foram feitas para elas as habitarem e, nos bairros onde habitam, não há provisão de infraestrutura nem ações e programas de adaptação e mitigação dos efeitos das mudanças climáticas.
Como agir quando o direito à terra continua sendo limitado por um grupelho de proprietários, e a única alternativa da população de baixa renda é se sujeitar aos subprodutos do mercado? Culpar as chuvas e as famílias não é o caminho. Os municípios precisam ser responsabilizados pela falta de ações de adaptação e pelas mortes e soterramentos.
Ainda que as tempestades possam de fato se intensificar no contexto de emergência climática que vivemos, o ponto central aqui são os processos históricos de formação territorial, nos quais o racismo é elemento estrutural. É disso que se trata quando falamos de racismo ambiental.
Para ler mais do texto, acesse o link: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/desigualdades/2023/02/a-culpa-nao-e-da-chuva-e-do-racismo-ambiental.shtml