Debate chama atenção para ato contra feminicídio

Christiany Montelo, de 44 anos, morreu no último domingo no HGP após ficar 64 dias internada no Hospital Geral de Palmas. Ela havia sido violentamente agredida pelo marido.

Durante debate online realizado nesta segunda-feira (14), que abordou “a vida das mulheres na defesa dos direitos humanos”, a coordenadora do Movimento Estadual de Direitos Humanos no Tocantins (MedhTO), Maria Vanir, chamou a atenção para os crescentes casos de assassinatos de mulheres no estado. A coordenadora citou o caso Christiany Montelo, de 44 anos, que foi vítima de feminicídio.

Christiany Montelo, de 44 anos, morreu no último domingo no Hospital Geral de Palmas após ficar 64 dias internada. Ela havia sido violentamente agredida pelo marido em Dois Irmãos, cidade onde ela morava.

Foto: Reprodução

Durante sua fala, Maria Vanir externou o convite a todas para o ato na Assembleia Legislativa marcado para esta quinta-feira (17), às 9h. “Até quando tentarão nos silenciar?”, questiona. A coordenadora pontuou que “não iremos pedir um minuto de silêncio pois nós mulheres não seremos mais silenciadas”.

Sobre o evento

O debate sobre resistência feminina foi transmitido pelos canais oficiais do MedhTO no Facebook e YouTube. O evento contou com a participação de mulheres do Tocantins representantes de classe na entidades Pérola Negra, Associação de Travestis e Transexuais do Tocantins (ATRATO), e coletivos de Mulheres Negras e Quilombolas.

Também participaram mulheres de renome nacional que se destacam na luta pelas causas sociais e na defesa das classes menos favorecida. Entre elas, a Mc Dellacroix, que é multi-artista, rapper, compositora, modelo e produtora cultural de São Paulo e a Coordenadora do Movimento Nacional de Direitos Humanos Mônica Alkimim do Rio de Janeiro.

O debate teve apresentação da jornalista Allyson-Neya Chaves e mediação da bióloga, educadora popular e coordenadora do MedhTO, Maria Vanir.

Várias questões foram levantadas pelas participantes como o papel da mulher na atualidade, violência doméstica, mais saúde, mais educação e a falta de políticas públicas de segurança e reforçando que a classe tem que ter resistência.

Para a Dellacroix entre os principais problemas enfrentados pela comunidade trans é a falta de emprego. “A falta de oportunidades de emprego para pessoas trans é muito grande e para sobreviver a grande maioria vão para as ruas, para a prostituição”, disse a multi-artista destacando a representatividade da Linna da Quebrada no BBB22, mulher trans que vem ganhando grande visibilidade.

Já Rafaella Alexandra, da Associação de Travestis e transexuais do Tocantins (ATRATO), destacou a falta de acolhimento com pessoas trans. “A falta de ajuda médica para realização do processo de transição e a vontade de construir um Centro para ajudar jovens que desejam passar por este processo e reconhecer sua verdadeira identidade”, ressaltou.A coordenadora do Movimento Nacional dos Direitos Humanos, Mônica Alkmim relatou seus últimos momentos com Marielle Franco e a assessora do MEDHTO e membra do CEDDHTO destacou a violência política “Nós mulheres estamos sujeitas a passar por situações constrangedoras sem saber como procurar ajuda e segurança para si própria e para pessoas próximas”, frisou ela.

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