A solicitação visa debater o uso das águas de Palmas e APA Serra do Lajeado.
Em defesa das águas, do cerrado e da APA do Lajeado, o Movimento dos Direitos Humanos e Ambientais no Tocantins, juntamente com a Associação Água Doce, Associação Onça D’água, o Instituto Terra, Direitos e Cidadania e a Coalizão Vozes do Tocantins, reuniram com o Coletivo Somos para discutir demandas ambientais. A reunião aconteceu na sexta-feira, 28, na câmara municipal de vereadores.
Durante a reunião, a advogada do Medhto, Maria de Fátima Dourado, expôs a preocupação da entidade com a escassez e o envenenamento das águas e a degradação das áreas de proteção ambiental em Palmas e arredores. Visando buscar soluções “solicitou apoio do mandato Coletivo Somos, por meio da parlamentar Thamires Rosa Costa Lima, para apresentar à Câmara Municipal de Palmas, requerimento de realização de ações para discutir os usos e proteção das águas das unidades de conservação de Palmas e APA Serra do Lajeado”.
Entre os apontamentos preocupantes e levantados pelo Medhto e entidades parceira está relacionado à escassez de água potável em Palmas, como aconteceu em setembro do ano passado que a população da Capital sofreu diversos problemas de saúde com o consumo de água suja e com mal cheiro.
E ainda o desenfreado uso das Área de Proteção Ambiental APA Serra do Lajeado que abriga boa parte das nascentes dos córregos que abastecem o município de Palmas, incluindo as serras de Taquaruçu. A exemplo do ribeirão Taquaruçu que é o principal córrego que fornece a água consumida pela população de Palmas e que vem sofrendo diversos impactos ambientais como, queimadas, desmatamento das matas ciliares, assoreamento e produção de alimentos com o uso excessivo de agrotóxicos nas lavouras causando risco de contaminação das águas que são consumidas pela população.
Também participaram da reunião, além da titular do mandato, os co-vereadores Eduardo Azevedo e Alexandre Peara.
Diagnóstico ambiental
Em 2022, o MEDHTO levantou os principais problemas ambientais produzindo um Diagnóstico Ambiental de Palmas no qual apresenta várias preocupações com o uso indevido das águas, descarte irregular dos resíduos sólidos, desmatamento e assoreamento do ribeirão Taquaruçu que abastece Palmas.
Foram identificados também problemas com as diversas unidades de conservação de Palmas que estão desprotegidas sofrendo com o desmatamento, queimadas e seus córregos secando devido a captação irregular de água.
Conforme o relatório técnico de 2017 do Plano diretor de Palmas, 12 (doze) Unidades de Conservação (UC) foram criadas pela Lei Complementar nº 155 artigo 29 e pela Lei Complementar nº 165. E sete estão localizadas dentro do perímetro urbano, que é a UC Suçuapara, UC Brejo Comprido, UC Prata, UC Tiúba, UC Machado, UC do entorno do lago do Lajeado e UC das ARNOs. E encontram em quatro bairros periféricos a UC Água Fria, UC Taquari, UC Santa Barbara e UC Santa Fé 2ª etapa. E ainda uma no distrito de Taquaruçu que é a UC Taquaruçuzinho e na área rural do distrito está um Parque Municipal Serra do Lajeado.
O diagnóstico do Medhto, apontou ainda que todas as unidades de conservação criadas pela lei municipal, enfrentam problemas relacionados ao uso indevido de captação de água, desmatamento, assoreamento de rios e córregos.