MEDHTO realiza o seminário ‘Direitos Humanos e Segurança Pública’

com lançamento de documentário sobre massacre em Miracema

O Movimento dos Direitos Humanos e Ambientais no Tocantins (MEDHTO) promove na próxima quarta-feira, 16 de abril, às 19h30, no auditório da OAB em Palmas, o seminário Direitos Humanos e Segurança Pública. O evento contará com a presença de representantes da Defensoria Pública do Estado (DPE-TO), Ministério Público (MP), Ouvidoria da Secretaria da Segurança Pública (SSP-TO) e Conselho Estadual de Direitos Humanos (CEDH), e está aberto à comunidade em geral. As inscrições gratuitas podem ser feitas pelo link: https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLSfZ_Ms6fF4mDZuBKCBMS8N8HYCYBkbVqBKU0spXoV38-BMUgA/viewform?pli=1.

Durante o seminário será realizado o lançamento do documentário Quem matou os filhos de Miracema?, produção do MEDHTO em parceria com o Núcleo de Pesquisas, Extensão e Práticas Jornalísticas (NUJOR) da Universidade Federal do Tocantins (UFT). O audiovisual retrata o caso que chocou a cidade de Miracema na noite do dia 04 e madrugada do dia 05 de fevereiro de 2022, quando seis pessoas, destas três são da mesma família, foram mortas com suspeita de execução policial. O caso permanece sob segredo de justiça e sem punição.

Finalizado em 15 de março de 2025, o documentário apresenta o luto e a luta de mães e viúvas das vítimas, que ainda clamam por justiça e buscam respostas sobre as mortes ocorridas dentro e fora da delegacia. Após a exibição, haverá um debate com a participação dessas mulheres, que narrarão em detalhes como os corpos foram encontrados e o impacto da tragédia em suas vidas.

A coordenadora do MEDHTO, Maria Vanir Ilídio, explica que o objetivo do documentário é chamar atenção das autoridades para a violência policial. “Queremos fazer justiça diante de casos em que os direitos humanos são violados, como no massacre de Miracema”, declarou.

Quando as instituições não respondem às violações de direitos humanos é papel do jornalismo incomodar, enfatiza a professora do Curso de Jornalismo e membro do NUJOR, Maria de Fátima de Albuquerque Caracristi. “Para que haja uma resposta para a sociedade de que quem deveria zelar pela segurança das pessoas, acaba sendo responsável pela violência, gerando medo social. Em parceria com o MEDHTO buscamos fazer com que a impunidade não seja naturalizada e que fatos como os relatados no ‘Quem matou os filhos de Miracema’, não caiam no esquecimento”.

A família da Maria do Carmo Marinho é uma das que sofrem pela perda e morosidade da justiça. “Quero saber quem matou meu marido e meus dois filhos, eu quero é justiça. Sei que a de Deus vai acontecer, mas quero a dos homens também”, disse a viúva.

Entenda o caso

O caso ficou conhecido como a Chacina de Miracema, aconteceu após o assassinato do 2º sargento da Polícia Militar, Anamon Rodrigues de Sousa, e o principal suspeito, Valbiano Marinho da Silva, foi executado em casa na presença de sua irmã, deficiente física, e de crianças. Poucas horas depois, seu pai e irmão, Manoel Soares e Edson Marinho, foram levados à delegacia, onde 15 homens encapuzados invadiram o local e os mataram a tiros, rendendo os policiais de plantão.

Na mesma madrugada, os corpos dos jovens Aprígio Feitosa da Luz (24), Gabriel Alves Coelho (18) e Pedro Henrique de Sousa Rodrigues (21), foram encontrados em um terreno afastado, com sinais de tortura e execução, apesar de nenhum deles ter antecedentes criminais.

Desde então, as famílias das vítimas enfrentam abandono psicológico e material, além de ameaças que forçaram sua saída de Miracema. O caso levanta graves questões sobre a atuação policial, violações de direitos humanos e a insegurança das vítimas sob custódia do Estado.

O 15 de março

A data 15 de março remete ao Dia Internacional Contra a Violência Policial, uma iniciativa do movimento “Montreal Collective Opposed to Police Brutality” e do grupo “Black Flag”, na Suíça, depois que duas crianças de 11 e 12 anos foram espancadas até a morte pela polícia Suíça.

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