O projeto é uma ação do MedhTO e MAB com o objetivo de trabalhar a saúde mental da juventude local
O Movimento Estadual dos Direitos Humanos e Ambientais (MedhTO), em parceria com o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB-TO), promoveu neste sábado, 3, uma oficina de teatro voltada à saúde mental da juventude. A atividade aconteceu na Escola Municipal Magnólia, no bairro Águas Lindas, em Luzimangues, reunindo adolescentes e jovens para uma experiência artística, educativa e acolhedora.
Durante a oficina, conduzida pela professora de teatro da Universidade Federal do Tocantins (UFT), Ana Gubert, os participantes puderam expressar sentimentos e vivências relacionadas a temas como racismo, violência, bullying, desigualdade social, impactos ambientais e direitos humanos. A metodologia proposta, baseada nas técnicas do dramaturgo Augusto Boal, permitiu que os jovens externalizassem opressões pessoais e sociais, criando cenas e diálogos que propuseram caminhos de superação e transformação. “O jovem está vulnerável, e o teatro é uma forma de escuta e cura. Eles precisam de espaços de partilha e expressão como esse”, destacou Ana.
A coordenadora do MedhTO, Maria Vanir Ilídio, também conselheira tutelar em Palmas, reforçou a importância da iniciativa. “A juventude precisa ser protagonista na defesa dos direitos humanos. E a saúde mental é um direito fundamental. Vemos muitos casos graves entre adolescentes e é urgente criar oportunidades culturais como esta. A arte salva”, afirmou. Ela destacou ainda a importância da interação entre gerações e da presença do MAB, que tem ampliado seu olhar para as juventudes atingidas pelas injustiças sociais.
Para a jovem Vitória Cardoso, de 15 anos, a oficina foi um espaço de acolhimento e respeito. “Eu super recomendo. Fomos tratados com carinho e atenção. Isso nos faz sentir acolhidos e valorizados”, disse.
Além das dinâmicas teatrais, a oficina também serviu como espaço de reflexão sobre os conteúdos que os jovens consomem e compartilham nas redes sociais. A professora Ana alertou sobre a responsabilidade de se atentar a vídeos, músicas e imagens que possam reforçar estigmas e preconceitos. “A internet também pode ser fonte de conhecimento e cura, mas precisamos aprender a usá-la a nosso favor e cuidar da nossa saúde mental”, aconselhou.
A oficina faz parte de um conjunto de ações que o MedhTO e o MAB pretendem intensificar com foco na juventude, entendendo que arte, cultura e direitos humanos são caminhos potentes para o cuidado com a vida e a construção de um futuro mais justo e saudável para as novas gerações.